Tartarugas Marinhas
As tartarugas marinhas são répteis e vivem nos oceanos ao redor dos trópicos. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), são sete as espécies de tartarugas marinhas que existem no mundo hoje.
Tartaruga-verde (helonia mydas)
Fonte: Wikemedia Commons
- Tartaruga verde (Chelonia mydas)
- Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata)
- Tartaruga-Iora (Lepidochelys kempii)
- Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)
- Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta)
- Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea)
- Tartaruga-marinha-australiana (Natator depressus).
Das 7 espécies existentes, apenas a tartaruga-lora e a tartaruga-marinha-australiana não ocorrem no Brasil.
Características
Diferente dos cágados e tartarugas terrestres, não podem retrair a cabeça para dentro da carapaça, uma estrutura fundida à espinha dorsal. Apresentam as patas peitorais em formato de nadadeiras (remos). Também possuem glândulas de sal que as ajudam a tolerar a água marinha.
Habitat e distribuição
As tartarugas marinhas habitam uma ampla variedade de ambientes oceânicos, desde águas costeiras rasas até zonas oceânicas profundas. Sua distribuição global varia conforme a espécie, mas, de maneira geral, são encontradas em oceanos tropicais e temperados ao redor do mundo.
Alimentação
Se alimentam principalmente de fanerógamas e algas marinhas. A tartaruga-verde não tem dentes assim como todas as tartarugas, mas têm mandíbulas fortes.
A tartaruga-de-pente usa a boca como um bico para se alimentar de animais incrustantes (esponjas, cracas, ...). A tartaruga-de-couro tem como dieta principal as águas vivas. As espécies restantes de tartarugas marinhas têm dietas diversas, alimentando-se de invertebrados bentônicos moles, além dos duros, como caranguejos e moluscos.
As mandíbulas da maioria das espécies de tartarugas marinhas são adaptadas para esmagar. As mandíbulas da tartaruga-de-couro, entretanto, são semelhantes a tesouras, usadas para capturar águas vivas.
Comportamento
As tartarugas marinhas são animais solitários na maior parte do tempo, exceto durante a reprodução. Interagem minimamente com outras tartarugas, mas podem compartilhar áreas de alimentação.
Não cuidam dos filhotes; os recém-nascidos precisam sobreviver sozinhos desde o momento em que saem do ninho.
Podem permanecer submersas por longos períodos (de 30 minutos a várias horas) antes de precisar subir para respirar. Durante o descanso, ficam em áreas rasas ou recifes, onde podem se abrigar de predadores.
Reprodução
Todas as tartarugas marinhas fêmeas precisam retornar à terra após o acasalamento, para depositar seus ovos em praias arenosas. Pesquisas descrevem que as tartarugas marinhas percorrem grandes distâncias retornando ao seu local de nascimento com orientação do campo magnético da Terra. As fêmeas cavam um buraco na areia com o auxílio dos dois pares de nadadeiras, depositam entre 100 e 200 ovos e cobrem com areia antes de retornar ao mar.
Predadores
De acordo com a fase de vida das tartarugas, os predadores variam conforme o ambiente e a idade das tartarugas marinhas.
1 - Predadores naturais:
1.1 - Ovos e filhotes recém-nascidos:
- Caranguejos – Muitas espécies de caranguejos consomem ovos e filhotes de tartarugas.
- Aves marinhas – Gaivotas, fragatas e outras aves caçam filhotes enquanto se deslocam da areia para o mar.
- Peixes predadores – Como pargos, garoupas e tubarões, que capturam filhotes no oceano.
- Mamíferos terrestres – Raposas, guaxinins, cães e até porcos podem desenterrar ninhos para se alimentar dos ovos.
1.2 - Juvenis e adultos:
- Tubarões – Algumas espécies, como o tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier), são conhecidas por caçar tartarugas marinhas.
- Orcas – Embora raro, há registros de orcas predando tartarugas, especialmente as maiores, como a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).
- Grandes peixes carnívoros – Como garoupas gigantes, podem se alimentar de juvenis
2 - Ameaças humanas
As atividades dos seres humanos representam as maiores ameaças às tartarugas marinhas, entre elas:
- Pesca acidental – Muitas tartarugas ficam presas em redes de pesca e anzóis.
- Poluição plástica – Elas frequentemente ingerem plásticos, confundindo-os com alimento.
- Caça ilegal – Em algumas regiões, ovos e carne de tartaruga ainda são consumidos.
- Destruição de habitat – A urbanização e a iluminação artificial nas praias afetam a reprodução das tartarugas.
Conservação
As tartarugas marinhas enfrentam diversas ameaças como poluição, mudanças climáticas, destruição dos habitas e pesca acidental.
Diversos projetos contribuem para a conservação das tartarugas marinhas no Brasil, como o Projeto Tamar, uma das iniciativas de conservação mais importantes do Brasil, dedicada à proteção e pesquisa das tartarugas marinhas desde 1980.
Criado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em parceria com a Fundação Pró-TAMAR, o projeto trabalha para garantir a sobrevivência dessas espécies ameaçadas ao longo da costa brasileira.
Referências
BENEDITO, Evanilde. Biologia e Ecologia de Vertebrados. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2015. E-book. ISBN 978-85-277-2698-6. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2698-6/. Acesso em: 05 ago. 2024.
CASTRO, Peter; HUBER, Michael E. Biologia Marinha. Porto Alegre: Grupo A, 2012. E-book. ISBN 9788580551037. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551037/. Acesso em: 05 ago. 2024.
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/centros-de-pesquisa/tartarugas-marinhas-e-biodiversidade-marinha-do-leste/comunicacao/ultimas-noticias/icmbio-divulga-nova-lista-de-especies-da-fauna-ameacadas
https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mma-n-148-de-7-de-junho-de-2022-406272733
http://www.projetotamar.org.br/publicacoes_html/pdf/2017/2017_Biologia_Ecologia_e_conservacao_de_tartarugas_marinhas.pdf
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/pan/pan-tartarugas-marinhas/2-ciclo/pan-tartarugas-sumario.pdf
https://www.pccbuern.org/tartarugas-marinhas
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2024/06/quantas-especies-de-tartarugas-marinhas-existem-e-como-elas-se-alimentam